Capitulo 7 – Playground Punk
A fumaça já tinha desaparecido, mas o cheiro... Cara! ...O cheiro foi uma das melhores sensações olfáticas que eu já tive na vida. Ainda melhor depois do mijo e de um café. O cheiro dela ainda estava impregnado nos travesseiros e fiquei ali, quem sabe por uma hora, a cheirar o travesseiro, e pensar na noite passada.
Eu só poderia ligar depois para Vicente e Rodrigo, então escolhi ficar ali mais tempo, talvez nem tivesse missão naquele dia. Fiquei deitado, imaginando, sonhando com a noite passada e o que tinha acontecido. Se fosse Rosa, ela teria ganho poderes e estava pela cidade rica, podre e visivelmente corrupta. E se não fosse, eu tinha ganho algum poder de ver e sentir coisas que não existem, assim como o médium que Vicente disse que eu era.
Esse dia se arrastou rápidamente, e logo depois de terminar o cd que eu havia posto fui procurar por Rosa nas ruas perto do alberque. Perguntei por ela, e, tirando alguns sorrisos sarcásticos, por eu procurar um amor quase inexistente, achei foi nada de Rosa. Será que ela tinha saído da vila atras de mim? O que teria acontecido?
Essas perguntas inundavam meu ser. Mas quando voltei para o apartamento meio triste, os guris buzinaram lá de baixo. Me arrumei e desci. Nós tinhamos um trabalho para fazer, então relaxei e dei bom dia ao entrar no carro.
- E aí, como foi a noite rapaz? - Disse Rodrigo com um sorriso abertão.
- Foi melhor do que as outras... - Não quis contar-lhes o motivo, pois não saberia mentir sobre Rosa morar nas montanhas e eu esperar por ela.
Nós fomos ate a casa de um devedor, esse merecia o castigo bem dado. Estava vendendo drogas a crianças. E drogas pesadas!! Ele estava criando um monte de rapazes para ele ter um exercito do mau. Para alguma missão enlouquente e megalomaniaca.
Confusos e inocentes, essas crianças se alucinavam de drogas pesadas. Algumas moravam com ele, e a maioria saia juntas por ai para fazer festas, roubos e chacinas. Alguns se acostumavam com a loucura, mas a maioria, ia para o caminho mais errado e logo morriam. E tudo por causa de um trouxa traficante aleatorio! Essas crianças, não entendem nunca o que acontece ao redor deles, tadinhos. Ate inteligentes algumas eram, e realmente se adpataram a fazer malandragem. Mas isso iria acabar naquele dia, e todas iriam para suas casas e não teriam mais seu traficante de referencia. Havia alguns psicologos e psiquiatras e assistentes sociais que trabalhavam para Don Corleone e ele pediria que elas cuidassem destas crianças para voltarem para a sociedade de caras e mentes limpas.
- É um assunto que não acaba mais. - Dizia Vicente enquanto dirigia.
- Sabe Nicholas Pereira? - perguntou Rodrigo – Ele entrou com a missão de resgatar estes homens, e crianças da drogadição.
- Ele sempre oferece um baseado, e os fazem rir ou chorar, dependendo da ocasião, se aproximando como um amigo drogado e fazendo elas escolherem o melhor caminho. E tambem, o caminho da poesia que Lupe já conhece bem. Ele já conseguiu salvar diversas famílias assim. - disse Vicente.
- Acho muito triste e fico com pesar dessa molecada. Eles só aprontam...Coitados. São desesperados por uma diversão que não sabem aproveitar com suas familias e receber as benções do Criador. É por isso que eu vou liquidar este babaca. E fico feliz, de NP (Nicholas Pereira) fazer a varredura nessa cidade caindo aos pedaços. - Disse eu.
- Porra que merda ele tem na cabeça!? - Falaram Vicente e Rodrigo, se olhando nos olhos por alguns instantes, apenas para confirmar que a opinião era partilhada por toda a equipe.
Eu ainda não quis experimentar outra droga a não ser esta que é apenas uma planta. A qualidade era boa, nossa mafia tinha uma plantação. Mas soube que quando a droga passa de mao em mao ela perde a qualidade ate chegar no usuário final. Então são coisas bem perigosas de se mexer.
Ficamos debatendo sobre drogas no carro e eu estava farto de ter alucinações por algum tempo. Só esperava conseguir ver Rosa no final do dia. Quando chegasse a noite, na madrugada, vê-la novamente. Queria que ela aparecesse de novo para ficarmos mais uma vez naquele abraço quente. Transar de novo.
Fomos ate a casa do patife, pedimos para que pagasse a divida e parasse de vender para crianças. Ele contestou então Rodrigo sacou a arma e atirou depois de dizer algumas palavras calientes. Eu estava ouvindo uma musica no mp3 sobre tiros e sangue, e tudo correspondeu à aquela musica agitada que eu ouvia. Era um rock meio pesado. Rezei por sua morte, acima de seu corpo ensanguentado e eles limparam o apartamento. Quase ninguém se importa com a falta de um traficante, ele nem família tinha. Coitado. Rezei forte e depois fomos embora.
Fomos até o albergue onde Rodrigo morava. Era bem menor do que o meu, mas com mais livros do que onde eu estava. Estávamos sentados, a preparar uma torrada para cada um e um café passado. A comida favorita de Rodrigo era um pãozinho quente com queijo derretido, umas fatias de tomate e um alface. Rara as vezes ele botava um presunto, normalmente era só queijo, alface e tomate mesmo. A estação de trem fica ali ao lado do albergue, então deu para ouvir o trem passando algumas vezes enquanto estavamos alí.
Estávamos os três na cozinha de terno. Lupe com um azul e sapatos pretos e um chapéu da cor bege. Rodrigo estava rígido e quieto esperando o pãozinho ficar pronto na torradeira. Usava um terno preto com camisa branca e uma gravata vermelha com leves gotas de sangue. Vicente estava sentado na janela olhando o trem que passava. O albergue chegou a tremer com a velocidade do sexto trem que passava na estação ao lado. Os sapatos de Vicente eram de um couro de crocodilo. Um chapéu estilo coco. Um terno roxo e calças brancas.
- Vou ter de jogar fora essa gravata. Que pena. - disse Rodrigo, ao pegar um pano e molha-lo em agua, para limpar a gravata. Eu só observava.
Eramos um trio perigoso eu pensava com meus botões.
- O café esta pronto – disse Vicente que logo voltou a se sentar na janela com o café saindo fumaça.
Eu fui o próximo a me servir, e Rodrigo logo se serviu tambem. Era um café bom, chamado Cabloco.
- A manhã e a noite foi animada – disse Rodrigo.
- Demais - disse Vicente, me explicando que no dia anterior eles sairam as 17:45 junto com um pelotão da base da máfia onde Corleone era encontrado quase todos os dias, com suas armas carregadas e o bucho cheio de um churrasco que todos comeram em clima festivo. Logo depois foram fazer uma entrega e depois disso passar para cuidar de um bando desses imbecis vendedores de drogas e alguns demonios – E o dia de hoje ainda promete muito em. Aonde iremos hoje? - disse vicente. - Temos o dia livre.
- Quero levar Lupe naquele lugar. - Disse Rodrigo.
- Qual lugar? - perguntei eu, curioso.
- É um lugar onde se agrupam um bando de anarquista e sábios da sociedade TRASH. - disse Rodrigo.
- Ah sim! Voce já viu né Lupe!? Eles grafitam em algumas paredes o simbolo deles que é essa marca de Trasher. - disse Vicente, pegando um papel e desenhando a marca deles.
- Trasher é porque vem de lixoso, coisas mundanas não são permitidas no santuario deles. - disse Rodrigo - Eles vivem principalmente debaixo da ponte, onde tem um lago pequeno na frente. Lá eles tem televisao, drogas e bebidas e um sonho punk de se viver. Eles gostam da gente! Os máfiosos eu digo, pois vendemos algumas drogas a eles. Mas não saberão que nós somos mafiosos. Vamos chegar de sorrateiro e curiosos.
- Pois é eles vivem numa boa la. Televisao com um gerador de energia, drogas, bebidas, música, mulheres. Tudo o que um feliz punk quer para viver de boa longe da socidade podre. Alguns trabalham e tem lugar para dormir, outros nem isso. Vivem lá de boas conversando e adorando a compania um do outro. - disse vicente
- Alguns são vândalos de vez em vez, mas isso faz parte de uma rebeldia humana que é dificil de controlar quando se sente tanta raiva quanto eles. A única coisa que não entendo é porque ainda ninguém da parte dos demonios entrou la e fez carnificina. - disse Rodrigo.
- Dessa rebeldia eu compartilho muito – disse eu.
- O que faltou para irmos então? - Disse Rodrigo ao terminar de comer sua torrada em mais três baitas mordidas.
Nós trocamos de roupa e fomos para lá. Botamos umas bermudas e regatas pois fazia um calor forte. Entramos no carro e Rodrigo dirigiu desta vez, talvez para dispistar outros que nos veriam dentro do carro, ou não. Nunca saberei. Deixamos carro um pouco afastado e chegamos perto de uma ponte incompleta com arcos bonitos e com desenhos chamativos e escritas como uma que dizia:
“Bem vindo ao playground.”
Ao entrar mais ou menos dentro de onde se começava o aglomerado de gente, deu para ver que vários usavam roupas pretas, cor da minha regata e do Vicente, diferente da do Rodrigo, que era vermelha. Alguns com roupas rasgadas e cabelos malucos e diferentes. Tinha uma caixa de som que saia musicas radicais e tambem simples, mas com força e liberdade no vocal. Alguns fumavam e conversavam, outros ficavam de canto quietos de ocúlos escuros só observando. Dos que conversavam mal dava para se ouvir porque ou cochichavam sobre nosso aproximamento ou riam de piadinhas ou eram extremamente quietos. Mas dava para ver que todos estavam satisfeitos por estarem no '”Playground” como o grafite anunciava. Alguns dançavam em ecstasy, em frenquencias e movimentos que eu nunca tinha visto antes, talvez nem Vicente nem Rodrigo tambem, mas esqueci de perguntar se eles ja estiveram por ali. As vezes a ccaannabbiiss ssaattiivva faz voce esquecer de coisas primordias.
Alguns vestiam botas e camisas xadrezes que me lembra lenhadores. Era um estilo misturado de gente de todo os tipos. Uns tinham camisas de banda que eu nunca ouvira antes na vida. Algunas da Kardesh que eu fui com NP (Nicholas Pereira).
Ao se aproximarmos mais, Lucky veio nos receber. Era um rapaz forte, com braços à mostra numa regata preta e calça preta. Ele tinha uma tatooagem de um demônio ou anjo, não saberia dizer porque não dava para saber ao certo o que era, mas era uma tatooagem feroz.
- Eae tudo bem!? Querem uma cerveja!? 3,50$...Nunca lhes vi antes! Vocês são de onde?
- Nós viemos atrás de diversão! Dizem que aqui é muito bom de se estar. - disse Rodrigo.
- E é mesmo, mas por isso não gostamos de forasteiros, eles sempre nos incomodam...seja pelo som, ou pela parte nossa de trasheira.
- Voces tem algo de limao? - eu arrisquei dizer, porque a conversa não estava indo tao bem assim.
- Não. Mas temos algo mais forte por aqui. Venham comigo comprar umas cervejas para abrir o apetite. - Disse sorrindo misteriosamente e indo à nossa frente.
Acompanhando Lucky, que já ia na frente de nós, foi possível ver que existia um senhor já de idade que vendia sucos e bebidas de dentro de um isopor com um guarda sol em cima. Ele parecia ser muito legal e era estiloso tambem. Ele usava camisa azul e uma calça branca. Parecia ate alguém de mafia, mas não era. Certamente se destacava, com um baita sorriso para atender seus clientes. Luky pegou tres cervejas e deu para cada um de nós. Serviu-se tambem de uma e agradeceu o tio. Nós pagamos com uma nota de dez e mais uma de cinquenta centavos.
- Voces não são daqui, são? Nunca os vi antes...
- Não, mas somos da cidade grande. Eu pedi para meus amigos mostrarem a cidade para mim e acabamos vindo, aqui, depois de nos interessarmos pelo que ouvimos. - Disse eu, feliz ao abrir uma cerveja que eu não gostava tanto, mas gelada como estava, ia descer redondo até meu estômago..
- E o que vocês ouviram falar, rapazes? - Disse Lucky abrindo sua cerveja e sorrindo levemente e amistozamente ao beber o primeiro gole.
- Que aqui é o berço dos desolados. Aos que sofrem de amor, seja na família, nos amigos ou em carência de um amor fervente. - Eu disse.
- Hum, e vocês por um acaso não são da mafia ou da policia querendo nos investigar? - ele disse rindo. - Voces sofrem disso por acaso? Quero dizer...aqui a gente fuma uma ervinha e usa outras drogas, nós não queremos problemas por aqui entendem pessoal?
E nisso chamou seu escudeiro fiel que vinha com um cabelo longo esvoaçando pelo vento. Vestinha uma social vermelha e preta e uma calça jeans azul. Na mão, trazia um pedaço grande de ferro com espinhos. Uma arma que eles mesmo fizeram. O moço era forte e veio perguntando ameaçadoramente:
- Algum problema chefe? - Perguntou à Lucky com uma cara séria, mas nem tanta malvada assim. Rodrigo já estava pronto para briga, ninguém esperava que a recepção fosse assim.
- Acho que não Jader. A não ser que esses tres queiram confusão. - Disse apontando com a cabeça para nosso grupo de três pessoas.
- Nós não queremos confusão! Nem problemas! Viemos em paz em busca de amizades. Queremos conhecer a irmandade. Nós tambem somos contra o sistema. - Disse eu. - CARALHO! Esse sistema fode com tudo e todos!!!
- E entendemos que aqui existem pessoas de pensamento livre e de uma coompreensão avançada. - Disse Rodrigo.
- Nós queremos conhecer vocês! E trouxemos presentes!!! - Disse Vicente, exclamando.
- É!? De que tipo? - Agora Lucky segurava o bastao nas costas, curioso.
Rodrigo tira do bolso um pacote transparente de uma erva muito verde e com pedaços azuis de cristais. E alguns raros tons de amarelo tambem. Lucky e Jader, seu escudeiro se entreolharam e sorriram entre si. Era um sorriso muito silencioso, mau moviam a boca. Certamente já haviam enfrentado muita coisa ruim e forçaram um treino automático de rigidez em seus músculos, e em expressões. Coitados.
- Qual são seus nomes? - perguntou Lucky.
- Meu nome é Vicente. Este é Lupe e esse é Rodrigo. - disse Vicente, apontando para cada um de nós.
- Oi – disse eu.
- Yoh – disse Rodrigo fazendo um sinal com dois dedos na cabeça.
- E de vocês? - perguntou Rodrigo.
Com um sorriso amargo, ele responde: “É Lucky. E este é jader”.
- Prazer - Jader nos comprimentou, curvando a cabeça.
- Nós não queremos lhes causar nenhum mal. Estamos atrás de festa, musica e diversão e amigos. É isso aí! Por favor, abaixem sua arma para podermos relaxar e bebermos nossa cerveja em paz!!! - Exclamou Rodrigo.
Lucky deu a arma ao Jader que saiu para guarda-la. Rodrigo me contou depois, que viu o tiozinho das bebidas sorrir sem mostrar muito os dentes, observando a situação.
- Venham comigo! Vou lhes apresentar uma recepção digna e fraternal! - disse Lucky, achei legal ele escolher a palavra fraternal.
Passamos por olhares receptivos, indiferentes e alguns de reprovação. Foi então que chegamos a um lugar onde tinha a televisão e três sofas. O maior sofá, Lucky pediu licença dos que estavam olhando um clip, e começou a pegar uns dvd's de dentro de um porta cd na mesa ao lado.
- Vou lhes mostrar tesouros, meus amigos! Espero que gostem do que vão assistir! hahahaha.
- E vamos acender esse presente que trouxemos! - Disse Vicente que adorava nossa ccaannaabbiiss ssaattiivvaa tanto quanto eu.
Por ali tinha duas moças que ficaram para ver o dvd que Lucky estava pondo. Era sempre uma honra, elas nos disseram pouco depois dessa cena que descrevo. Uma era loira de vestido azul que cobria todo o corpo. A outra era uma ruiva, a Ana, que eu havia encontrado no show da Kardesh, usava um vestido vermelho e batom vermelho. Ana tinha um laço vermelho no pescoço e uma cara de quem queria pagar um boquete. Ou usar drogas. Provavelmente os dois.
- Sintam-se em casa forasteiros. Aqui é o playgrounds das desiluzões. Podem olhar para trás de vocês.
Foi então que vimos um grande grafite perto daquele que dizia: “bem vindo ao playground”. Era um negro corpulento, de óculos escuros e de terno preto. Atrás dele mostrava uma cidade cheia de poluição e muita cor cinza. Sujeira e fuligem tambem podiam ser vistas. Estavam mostrando em grafite todo resssentimento e raiva que eu, Vicente e Rodrigo, e todos outros do playground sentiam sobre a cidade rica, podre e visivelmente corrupta. Era uma vergonha olhar para aquele grafite e lembrar que a cidade era negra e perigosa. E maldoza tambem.
- Cheio de noticias tristes não é? - Falou Lucky – Aqui nós vemos outros tipos de mídia. Esse é nosso lider. - Apontou para o negro de óculos escuros. - Seu nome é Morpheus. Ele entra nos sonhos das pessoas mais sábias e os convida para realizarem uma missão bem estipulada e concreta idependente de qual ela seja. Principalmente para nós, jovens, ele aparece. - disse olhando para o grafite junto com a gente, com as mãos na cintura. - Ele quem me mostrou que existe um deserto, e desde então, eu tenho contrabandeado videos, filmes, livros e musica do deserto. - disse com orgulho - Ele quem me ensinou a passsar pela esfinge quando eu não sabia o que responder. - olhou para nosso grupo nessa hora - Minha historia, é que fiquei tres dias no deserto tentando responder a pergunta da esfinge, e eu não conseguia. Até que ele veio num sonho e me disse o que fazer! Ele entra nos sonhos e nos avisa sempre alertando para perigos, ou coisas assim. Mas ele é bem atarefado e não aparece sempre que nós queremos. O tempo dele passa diferente do nosso.
- Deve ser estranho perambular de sonho em sonho – Eu disse bem crente do que via. Recordei que ele havia aparecido no meu sonho um dia antes, me falando de CId e que eu iria conhecer ele pessoalmente logo após. Talvez fosse no grafite que ele se referia, e não mais pessoalmente do que isso.
- Ele mora numa caverna, chamada Matrix, e é o lider deles lá! - Disse sorrindo. - Ninguém sabe como chegar nesssa caverna daqui da cidade rica, e como nunca ouvimos um caso de alguém que tenha ido... eu acho que não é do interesse dele tambem, que jovens como nós façamos bagunça lá por baixo.
- Dizem que eles são muito reservados - disse Jader.
Havia tambem um outro grafite bem bonito ao lado desse... Era uma continuação, na verdade, desse grafite que lhes contei. Eram pessoas e animais recusando com a mão e cabeça, uma cabeça verde e flutuante, na frente de um caminho onde muitos iam, como num abate. Prontos para morrerem. Humanos mostrando a mão contraria à essa cabeça flutuante, faziam algo sair do meio de suas testas e se manifestar em amor e cores bonitas para parar o efeito de abate desses megalomaniacos. Contra o efeito de se tornarem consumistas e presos numa ilusão escravagista. Carros e tratores se moviam em direção à cabeça verde junto com outros seres humanos hipnotizados. Pombas passaros e outros animais igualmente belos acompanhavam esses humanos que eram contra, como se estivessem em uma fazenda. Eu recordei minha fazenda, mas claro que eles não estavam se referindo à ela. Mas vai saber quem fez este grafite.
- É a nossa guerra. - diz Lucky ao ver que ainda olhavamos para o grafite.
- E ainda dizem que nós somos os baderneiros!!! Que nós somos os que incomodam! Nós que somos o problema! - Gritava Jader - Caralho fico com raiva quando penso nisso. - ele estava ao lado de Lucky esperando o dvd começar.
- Eu vou abrir a mente de vocês rapaziada, me passem esse baseado que o dvd já vai começar. - disse pegando o baseado dos dedos de Rodrigo, que passava para ele. Justamente depois de dar os três famosos pegas. - Juro para vocês que apenas com alguns videos eu vou abrir a mente de vocês e vocês se tornarão parte dos guerreiros que querem mudar essa maquina de pavor e maldade que se instalou em nossa cidade.
Ele botou um dvd na televisão e disse para nós que aquele era uma entrevista com Timbre Lealdade.
- Ele já virou espirito, mas tem um amigo dele chamado Alberto Yoga Thunger, um cientista que descobriu o LSD. Os dois espalharam juntos para a rede cientifica e tambem psicologos e outras pessoas, que adoraram receber este medicamento. Na epóca era purissimo e ajudou eles a mentalizarem coisas boas. Hoje em dia é perigoso. - Disse Lucky decepcionado. - Depois Leary foi sozinho na van de uma banda e espalhou pela cidade rica e pelo deserto, a quase todos que queriam o LSD. Foi assim ate ele ser preso pelo que estava fazendo e nunca mais pode continuar. Um dos depoimentos dos psiquiatras foi assim:
“eu descobri em duas horas com essa quimica mais do que em quatro anos junto à faculdade. Essa quimica me mostrou maravilhas que eu nunca antes imaginava. Coisas que mal sei nomear e botar num papel, mas que mudou meu mundo para melhor” Entao Leal criou uma fazenda terapêutica ao redor da cidade grande e fazia grupos de psiquiatria e saúde para todos interessados. La não incomodaram ele. Essa entrevista veio depois de ele ser preso e antes de fazer a fazenda.
Eu e Vicente fumavamos um cigarro ouvindo essa historia, Lucky já parecia ser nosso amigo ha um bom tempo, mas ele me dava medo. Por ele ser como era, a tatuagem de demonio ou anjo, e ele estava nos dando informaçoes preciosas de graça! Era ele quem fazia parte do contrabando do deserto para a cidade rica e sabe-se la o que fazia, que o meu trio ainda não tinha descoberto! Eu tinha razão em suspeitar dele, ao menos por um ou dois motivos, mas te conto logo mais.
Ana, a ruiva, toda de vermelho, se ancorou nas pernas do Rodrigo, calma e carinhosamente. Havia mais dois casais deitados no outro sofá e Lucky e Jader estavam de pé perto da tv e do sofa onde estavamos.
- Alberto Yoga Thunger ficou muito chateado porque o exercito tentou usar o LSD como arma! O exercito testou em seus soldados para tentar deixar eles mais fortes, mas não obtiveram o resultado que desejavam, pois os soldados ficavam brincando entre si! Correndo e sorrindo sem ficar na fila!!! Hahaha.
Imagina a decepção do exercito quando isso aconteceu! Hahaha. Depois dissso eles passaram a testar outras quimicas derivadas e tao potentes para criarem super soldados demoniacos.
- E para nossa triste alegria: eles proibiram a quimica! - completou Jader.
A entrevista começara:
“ EU ACREDITO EM LIBERDADE!
EU ACREDITO EM TER RESPONSABILIDADES!
E ACEITAR AS CONSEQUENCIA DE SEUS ATOS!!!
LSD É A CHAVE PARA MUDAR SEU CEREBRO.
PRECISA HAVER UM CHOQUE! Um estalo! Para aprimorar sua mente!!!
OUVIR DIFERENTES pontos de vista não vai machuca-los! Haha, não vai derrubar as portas das igrejas ou condena-los ao inferno. A religião é conhecimento limpo. Não é cair aos joelhos. O QUE ESTA ERRADO COM VOCES PESSOAS!? CAINDO DE JOELHOS E PEDINDO PERDAO!?
O Criador quer que sejamos inteligentes. Pois quanto mais inteligentes somos, mais coompreendemos quem nos fez e mais queremos estar perto dele.
O governo esconde informações de nós. Certamente eles não querem que saibamos de seus planos sujos e de sua covardia. Não! Eles disfarçam! Eles nos pegam pelo pé e fazem nossa cabeça! E as pessoas!?... Muitas aceitam quietas... acham que é o jeito certo! Outras combatem de frente! Mas nada muda, sem um estalo! Um choque, como eu já disse. Mas a corrupção não vai ter fim ate que paremos a maquina suja de funcionar! E Nao estou dizendo que você deva usar esta quimica!!! Somente meia parte dos que ouvem essa entrevista vão ser maduros o suficiente para usa-la!!! E tambem a quimica pura vai ser dificil de ser encontrada daqui a um tempo! Ela vai ser misturada e vai prejudicar os usúarios, perdendo seu efeito medicinal!!! E o cerebro é o que mais temos de precioso em nosso corpo!!! Ele que nos ajuda a pensar e a mover o corpo inteiro!!! Então MUITO! MUITO CUIDADO!!! Com o que você bota em sua mente e cabeça pois afetará seu mundo, o jeito de pensar, e tambem o corpo inteiro!!!”
A entrevista tinha acabado. Era Timbre Lealdade sentado num sofá com a sua esposa que mau aparecia no fundo, conversando com um entrevistador que lhe fazia algumas perguntas, que foram deixadas de fora neste livro. Mas a entrevista, em suma, foi resumida aqui.
- Poxa muito legal – fui o primeiro a falar e Vicente e Rodrigo concordaram.
- Voces já tomaram LSD? - Perguntou Jader.
- Eu já – diz Rodrigo. - E me mudou para sempre mesmo. Mas tambem admito que é bem perigosa, se não for a quantidade certa, o momento certo, a quimica certa...Tudo isso contribui para voce aprender com ela coisas boas e mudar para sempre teu cerebro para um estado melhorado.
- Nós não – respondemos Vicente e eu. Ao mesmo tempo! Então, rimos!
- Primeiro engulam toda a verdade que possam aguentar e depois utilizem um dos LSD que nós conseguimos. É dos mais puros! Pois vem lá depois do deserto. - Lucky disse com um sorriso emblemático. Ele escondia algo de nós, deu para ver nesse momento. Mas Rodrigo estava conversando com Ana nesse momento. E só ele estava armado nesse dia.
Ali embaixo estavamos protegios. Nos sentiamos assim. Mesmo com as aberturas de todos os lados. E mesmo se chuvesse, o arco iria proteger-nos da chuva. Mesmo se viesse alguem, as chances era de que não viriam, mas mesmo se viessem, não nos prenderiam ou algo do tipo por estar bebando uns drinks e fumando um baseado. Até porque, a nossa Máfia, tem ligações com a pólicia. No maximo ficaria umido os sofas pelo frio ou algo assim, mas acabou não chuvendo nesse dia.
- Pronto para mais verdades pessoal!? Tenho mais Dvd's interessantes aqui comigo. - Lucky disse tirando um dvd com a escrita “Network” e botou para rodar – Este é um dvd com um jornalista que ficou louco e fez coisas incriveis ao vivo na tv aberta! Dois videos na verdade, que já contam esta historia inteira, para vocês verem. É uma rede de intrigas do caramba!
Estavamos relaxados, ainda mais por causa do Baseado, mas tambem pela hospitalidade e informações inteligentes que estavamos recebendo. Graças aos cuidados de Lucky, e seu pessoal. Estavam sendo tão bonzinhos conosco...
Lucky nos oferece uma bebida.
- É Caipirinha como você pediu Lupe! De limão!
E nós aceitamos. Eu peguei, era um copo gigante e bonito. Dei três goles e passei para Rodrigo que depois de cinco goles meio rápidos passou para Vicente enquanto já ia começar o video.
- A historia é de um jornalista que começa a ter sonhos causados por Morpheus e ter alucinações durante o dia. - Explica Lucky, serio. - Ele toma-se de raiva, utilizando-se do meio de comunicação que ele possui, pois é ancora no jornal de noticias da televisão, elfos sussuram em seu ouvido e lhe dizem para utilizar seu cargo para alertar o povo do que esta acontecendo – continua lucky nos preparando para o video.
O video começa, e pode ser resumido assim:
O jornlista fala na frente de uma camera:
“ Bem eu não tenho que lhes dizer que as coisas estao ruins. Elas estao piores do que ruins. É um pesadelo. Parece que o mundo vai ficando cada vez menor... HOUVE 15 Suicidios e 13 homicidios , 4 atropelamentos e 1 assalto ao banco e mais 7 pontos de assaltos à mao armada. Esse é o resumo da semana. COMO SE ISSO FOSSE O CERTO A SE DIZER! E vocês ficam calados aí, em um transe de merda sem fazer nada! Gritando “aiaiai. Ao menos me deixe ficar em casa com meu emprego e minha festa feliz. Com a porra da minha geladeira e meu ventilador. Por favor pelo menos não entrem em minha casa e levem minha torradeira!!!!”
E continua:
- EU SEI QUE O AR ESTA INADEQUADO PARA RESPIRAR E NOSSA COMIDA NAO É ADEQUADA PARA COMERMOS. E eu não sei o que dizer para você fazer para essa corrupçao acabar, mas algo há de ser feito. Escrevam para os governantes, interrogue-os, peçam auxilio. Liguem para seus escritórios, mas primeiro, primeiro fiquem PUTOS muito PUTOS com essa roubalheira desgraçada!
Entao eu quero que vocês saiam de suas poltronas. Sim! AGORA MESMO!!! E digam: “EU SOU UM SER HUMANO PORRA DO CARALHO! MINHA VIDA TEM VALOR! VAO PARA AS JANELAS E APENAS GRITEM,. GRITEM SUA DOR!
DIGAM: “EU ESTOU LOUCO PRA CACETE E NAO VOU AGUENTAR MAIS ISSO!“ ”
Entao mostra uma reportagem com varias pessoas gritando isso na janela. Ate senhoras aparecem e gritam “eu estou louco pra cacete e não vou mais aguentar mais isso”
Eu estava chorando depois de ter visto esse video, mas me sentia um pouco estranho e decidi parar com a bebida, mas logo tomei novo e ultimo gole, movido pela emoção.
- Muito louco não? Essa cena é extremamente a flor da pele. Mexe com a gente. Muito revolucionaria. - Lucky dizia enquanto alguns outros do grupo limpavam uma ou duas lágrimas. - Um dia vocês vao ver videos mais novos. Mas esse efeito que eu quero causar em vocês, mostrando-lhes que há um passado a se revelar. - Ele disse coçando o bigode e barba que tinha. - Depois disso ele, como conseguiu bastante audiencia e foi uma cena memorável, ele foi transferido para outro programa. Dessa vez ele era o apresentador-chefe e comandava o programa. Voces vão ver.
Então começou o segundo video do mesmo jornalista.O mesmo jornalista estava em um programa diferente. Agora de terno e gravata pretas, diferentes dos de cinza que ele usava no jornal. Ele entra, abrindo os braços e pergunta para o publico:
- Boa noite! Como vocês estão?
E todo o publico responde enfaticamente:
- Estamos putos pra caralho e não vamos mais aguentar isso! - muitos gritavam de entusiasmo. Já devia ser um episodio mais avançado, pois ele estava agindo muito naturalmente..
Ele continua:
- Hoje nós tivemos 9 homicidios, e infelizmente, Jorge Clumei morreu esta noite! E por isso estamos fodidos! Pois ele era o chefe dessa estação de televisão! E agora que ele se foi, quem sabe as merdas que vão passar por aqui!!! Pois agora, está nas mãos de gerentes de marcas pesadas no mercado, investidores que botam muita grana neste canal, e não sabemos quais desses homenzarões vao dominar nossa tela.
Ele caminhava ao redor do palco, gesticulando para o público e diz:
- E sabe qual é o maior problema? VOCES! PESSOAS!!!
Pois apenas 30% de vocês lêem livros!!! Metade de vocês não leem jornais!!! Existe uma geração inteira que somente foi alimentada por essa caixa!!! Voces se alimentam como a caixa diz!!! Se vestem como a caixa diz!!! Droga!!! Vocês ate pensam como esta caixa diz para pensarem!!!
Ninguem fala no programa. Um silêncio se instala. Ele continua:
- Nós aqui da televisão somos mentiras!!! Somos ilusões!!! Vendemos sonhos, e diversão! Somos um circo do novo seculo! Se buscam a verdade, vão atrás de seus budas!!! Atrás de seus mestres!!! BUSQUEM DENTRO DE VOCÊS MESMOS!!! Pois só assim acharão a verdade!!! E elas encontrarão vocês! Então desliguem agora!!! Desliguem no meio de minha frase mesmo! Enquanto eu falo mesmo! DESLIGUEM!!!
E então ele desmaia de eufuror.
Nós já tinhamos terminado nosso baseado e estavamos estupendamente abismados com a atuação e até audácia do video que vimos! Era incrivel!
- O que acharam? - Pergunta Lucky
- Eu sempre soube que a televisão é manipulada. Os videos são feitos de uma forma estranha... - diz Vicente. - Eu tenho um certo nojo! Uma certa desgraça em olhar televisão!!! Prefiro livros! Mas cara, vendo esses videos eu ganho uma nova credibilidade em mídias televizivas. Isso não é passado na televisão? Porque eu nunca vi isso antes?
Lucky responde:
- É uma peça rara... antiga já! Passava antes! Mas agora não! É proibido!!! Mas muito poucos sabem disso! Muitos dos que assistiram apenas esqueceram e levaram como um episodio qualquer! - disse Lucky demonstrando sua inteligencia. - Sabe como são estes manipulados! Sempre tentando atingir uma rotina perfeita, e não abalada! Mas vocês gostaram né!?
Jader complementa:
- Eles tentam nos deixar mais burros!!! Menos ativos contra o sistema de corrupção deles. Até nas escolas! O que eles mais ensinam são guerras!!! Já perceberam isso!? COMO SE FOSSEMOS APRENDER COM ISSO!!! REPETINDO OS MESMOS ERROS DO PASSADO!!! - Ele ia dizendo e sua voz soava com um anjo cantando do além, muito irritado - Eu faço questão de guardar esses videos com minha alma!!! Não posso deixar esse sentimento morrer! São perolas raras! E vocês estao dentro garotos!!! Agora vocês sabem mais!!! Não é mesmo!?
- É sim – respondi eu. Eu começava a me sentir diferente. algumas cores estavam mais afetadas e berrantes do que outras, e eu não entendia o porque.
Todos riram depois que Jader falou, quase todos repetiam a risada dele pois era contagiosa. Rodrigo foi o primeiro a falar, aquela garota ainda estava sentada aos seus pés no chao.
- As vezes eu tentava ver novela, mas não aguento. É mulheres sofrendo por mãos de maridos e outras barbaries que demoram a ter solução. Sempre drama e mais drama. - disse Rodrigo. Ao finzalizar a frase olhou apaixonadamente para Ana, toda de vermelho. Vestido vermelho, laço vermelho e batom vermelho. Combinava de um certo modo gritante. E se não fosse a noite maravilhosa que eu havia tido com minha mulher na noite passada, até eu teria olhado com outros olhos para ela! Bebado do jeito que eu tava!
- Ah sim! Novelas... Mas é que essas representam mais o povo, como um todo! E o povo, maioria, é conformista! Não tem jeito!!! Eles são burrinhos e não leem livros como nós. - Disse Vicente.
- Novelas tem seus conceitos, e não é de todo mal. As vezes ensinam valores bons. E tem entrado uma nova leva de pessoas na televisão... Pessoas mais jovens!!! Músicas alternativas! Pessoas mais sagazes e inteligentes!!! Outros liberais, e inclusive, alguns ativistas!!! Mas o verdadeiro conhecimento eles não passam! Sobre Atlântis e Morpheus eles não falam. Muito raro eles despertarem um gosto pelo desconhecido!!! Mas é sempre nos finais de semana onde o povo está cansado e mau consegue engolir informações então eles veem, e logo esquecem, voltando para a sua rotina no começo da outra semana.
Isso quem disse foi Lucky mesmo. E jader complementa:
- Pois se não vão trabalhar, perdem tudo o que faz sentido em suas vidas! Além de tambem amarem e cuidarem de suas familias! Eles noticiam as coisas devagarinho, mas a verdadeira briga e atenção deveria estar voltado ao senado, onde acatam e concretizam novas leis! - Disse Jader pegando o copão de caipirinha da mão de Rodrigo, e tomando um gole. - Soube que Branco, um ativista do deserto, foi quem criou e deixou rolar, um canal de televisão especifico para as atividades de dentro do senado. Aqui, dizem que não foi ele e sim o próprio governo quem criou...
- Para “AJUDAR“ os espectadores...o povo, a entender melhor seus candidatos...tudo balela!!! - disse Lucky, já bebado, pegando da mão de Jader, que passava o copão de caipirinha . Os proximos seriam as gurias. Depois Rodrigo, depois Vicente, e depois Eu. E depois jader novamente. Até acabar.
- É sempre mais tarde. - Disse Jader olhando para todos sentado na cadeira onde estava assistindo os videos - Sempre mais atrasado para dar tempo deles bolarem planos maléficos. Então acontece uma crise e eles dizem: “Está tudo bem, só vamos fazer um corte aqui e ali!!! E deu!!! Tudo voltará ao normal!!!” e o normal das pessoas volta, mesmo elas sendo sempre derrotadas! Quase nunca é benéfico! Mas isso está para mudar!!!
Agora foi a vez de Ana falar. Se ela estava com aquela cara de ninfomaniaca e drogada antes, imaginem agora! Ela disse:
- E eles tem um salário absurdo. Quero dizer...é umas 13 vezes mais do que um professor ou um policial, que são considerados profissões mais importantes depois de politicos! Medicos tambem ganham pouco! E para se pagar um aluguel para morar devemos desembolsar no minimo uns 450$. Mais comida agua, luz e comida! Porra o salário minimo esta 874$, isso é muito pouco!!!
- Um absurdo Ana! - disse Rodrigo sendo simpático. Olhando ternamente para ela.
Eu absorvia tudo com precisão, eu estava amando conhecer este novo mundo, suas pessoas e detalhes. Amei que assim como a cachoeira mais linda de meu vilarejo era escondida, aqui tambem se escondiam grupos de pessoas, famílias e irmandades que eram mais especiais e diferentes do que o resto de todos no mundo. E isso é muito precioso!
Rodrigo falou mais olhando para Ana do que qualquer outra pessoa:
- Tenho impressão de que essa paz disfarçada logo irá acabar.
Eles estavam se olhando demais, seus olhos brilhavam e estavam tocando-se de leve nas mãos.
- Olha eu devo dizer que eu fui descarado e botei LSD na bebida de limão que eu trouxe. HIAHIAHIAHA
E ele riu mais uma vez de um jeito louco que ate agora eu só vi esse cara e mais um mago da floresta fazerem. Jader não ria alto, mas outras pessoas riram. Se divertiam com a situação. Com a “brincadeira”...Com a “Zoação“!!!Todos do meu grupo se surpreenderam: Ana olhou para frente e depois para o Rodrigo e sorriu.
Vicente se alarmou. Ficou boquiaberto, enrigendo-se todo, e eu só me perguntava sobre o que iria acontecer. Nunca tinha tomado esse LSD que Timbre Lealdade falava em um video antigo. Só tive chances, mas recusei. Será que era dos bons, ou dos mais misturados? E o que iria acontecer comigo depois de utilizar uma substancia como esta?
Rodrigo fez menção de se levantar meio puto mas Lucky interrompeu bem na hora:
- Não se preocupem festeiros. Eu botei a quantidade pequena na bebida. Estamos bebendo em 8. Não vai surtir tanto efeito. É só um presente mesmo, “my friends“!
Jader complementa:
- Todos nós podemos levar vocês para casa caso fiquem de uma forma muito ruim, alguns tem carros e levariam vocês. É só um presente para firmar nossa amizade punk mesmo, nada mais.
Rodrigo senta e começa a conversar com Ana. Todos conversam entre si nessa hora.
- Eu e meus garotos já tomamos coisas piores, e mais fortes. E vocês são crescidos o suficiente para tomarem e tambem tem a ideologia certa para a quimica. Como Timbre Lealdade disse, vocês vao ter um estalo na mente que mudará vocês, mas não por completo! Só mostrará um novo mundo, uma nova visão, um jeito novo de curtir e conhecer as coisas.
- Relaxem, vocês vao curtir. - diz Jader – Essa é uma pura! Deixem entrar em vocês digam “bem vindo”. Só fará bem.
Eu disse, sem ninguém me ouvir...bem baxinho: “Seja bem vinda”.
- Entao garotos, eu tenho mais uma peça para mostrar para vocês. Essa é tambem de nosso querido Timbre Lealdade – Ele foi dizendo enquanto pegava outro cd. - Timbre estudou cores e som para criar esse video. O video faz uma reprogramação no cerebro! Mas saudavel tambem! É psicodelica e vocês estao no estado perfeito para isso!
- O video ajuda a libertar de certos padrões e preconceitos. - disse Jader
Ana fala:
- Ao meu ver esse video joga tua confusão na tela e depois te ensina a reformular e pensar coisas melhores. É um conselho para mudar.
As mãos de Rodrigo e Ana estavam mais tocaveis agora e deu para ver um dando prazer para o outro:
- Qual teu nome? – pergunta Rodrigo
- É Ana – diz ela puxando o cigarro para o canto da boca e estendendo a mão num comprimento e com um sorriso no rosto.
- O meu é Rodrigo, prazer.
E não sei se foi efeito da droga... mas Rodrigo me disse depois que foi amor... Os dois ficaram se olhando por um bom tempo com uma cara engraçada. Queria eu olhar para Rosa assim nesse dia.
O efeito do LSD começou a me fazer efeito. Era como ondas de cores. Como um arcoiris dentro de mim, e no peito dos outros. Como o medium que Vicente dissera, eu estava vendo a aurea das pessoas ali presentes.
Para quebrar o gelo, meio envergonhada, Ana diz:
- Começou a me fazer efeito...
- Em mim tambem – diz rodrigo meio gago. Ana deu uma risadinha.
- Bem então la vai – diz Lucky botando o cd.
Eu estavaa me sentindo bem. Mas eu estava confuso com tanta emoção, e coisas diferentes. Pelo menos eu me tranquilizava! Pois de todos perigos que eu podia passar pela cidade, eu estava ali com dois parceiros de trabalho, e mais!!! Alguns punks e anarquistas, outros trogloditas estavam sendo legais com agente. Tudo estava acontecendo numa vibe boa. Essa palavra eu aprendi nos eventos abertos, “vibe”. É a emoção da conciencia...é um estado de espirito.
Entao o cd começa. Aparecem imagens vermelhas e escuras que vão mudando de cores. Era realmente psicodelico. Aparece um cerebro detalhado com seus neurônios, capacitores de energia. Vai mostrando tambem cenas de guerras e as vezes o Timoty aparecia dizendo:
“ Desafie autoridade. Questione tudo. Controle seu cerebro.
Voce tem uma mente linda! Não deixem que te enganem.
Não deixe outros lhe dizer ou ditar o que fazer...como pensar,,,como agir.
Seja dono de seu próprio julgamento, ações, coração e mente.
Seja livre para discordar com o que não gosta e o que acha errado.
Discuta ideias, faça novos amigos, conheça novos lugares. Leia livros estude!!!”
E o video continua com imagens de canhões, bombas, mortes, dinheiro, sexo pago, miséria, transgreção. O video vai assim ate o fim e as cores se tornando mais intensas. Eu olhava como se a televisão estivesse mandando sinais de outra dimensão. Ao redor da televisão tudo brilhava tambem. Ao acabar ficou um clima de tensão. O som era muito pesado, e agora tinha acabado, gerando um silencio profundo. Eu olhei para o lado e vi Vicente ainda de boca aberta, ele estava catatônico! Ele estava frenético com as presas para fora!!! Seus dentes de vampiro à mostra!!! Lucky olhava para Vicente com olhar de ódio e terror. Jader o segurava não tão forte. Ele ia atacar Vicente, mas ainda não tinha terminado de decidir isso.
Lucky olhava fixo para Vicente. Rodrigo e Ana nem notaram porque estavam se beijando e coversando baixinho.
- VOCÊ É UM VAMPIRO! RESPONDA SE ÉS DO ACANES OU DOS BELFANG!!!?
Vicente não conseguia baixar as presas pontudas nem fechar a boca então falou entre dentes:
- Eu~sou~um~vampiro~dos~ACANES!!! - disse relaxando um pouco - Raramente como animais!!! Me nutro de Sulfelix 4!!! E sobrevivo tambem de alimentos naturais!!!
Entao mostrou um frasquinho de cor amarela que ele se alimentava para acalmar a fissura e alimenta-lo para não precisar de sangue humano. Lucky bufava. Eu tentei me preparar para defesa mas não conhecia mais meus braços. De repente as cores bonitas tinham perdido o brilho de luz divina, estava tudo mais cor de chuva e tenebroso. Jader interveio:
- Olha...é vicente não és?
- SIIIIIIIIIIIIIMMMM – falou num assovio
- É que os pais de Lucky foram mortos por vampiros do inferno. Ele sofre até hoje.
- ME desculpe!!! – Vicente chorava – Desculpe pelos pecados de minha raça.
Olhamos bem firme para Lucky! Inclusive Rodrigo que tinha ouvido o que estava acontecendo e não mais brincava com, ou beijava, a Ana.
Lucky quase caiu para traz ao mesmo tempo que Jader o largava.
- Olha – disse Lucky – NUNCA VI UM VAMPIRO SE DESCULPAR!
- É que – e agora Vicente conversava melhor – é que depois de ver tudo o que você mostrou, eu vejo que minha raça contribuiu para algumas guerras e derramamento de sangue!!! Por sermos eternos, faz pouco tempo que começamos a tratar os humanos com mais respeito. Mas minha família de ASCANE é bem diferente dos do BELFENG e os do inferno. Nós nos alimentamos de passantes, que são aqueles que batem em nossa porta, ou vão atrás de nós com interesse de se tornarem vampiros! Mas queremos o bem e meu pai questiona todos motivos do porque nossa raça antes era amaldiçoada! É uma dádiva ter esse sulfelix 4, que os cientistas criaram para nos ajudar a chegarmos mais perto do criador e suas leis divinas. - o clima estava mais calmo, nenhum ataque ia ser feito. - E já que você esta nos dando tantas informações vou lhe dizer que existe uma especie hibrida que alem dos ASCANE são metade humanos tambem, eles só tem nossa força.
- Isso eu sei! Pois aqui mesmo existe um hibrido que é Jack. - diz Lucky
Então desce do teto, onde ninguém tinha visto que estava um vampiro hibrido, lá, observando tudo. Ele desce de uma cama no alto do arco da ponte e desce quase que voando e diz:
- Prazer, eu sou Jack La Batafka! - disse estendendo a mão para Vicente. Rodrigo se aprumou para defender-nos, mas ele era pura amizade.
Ele tinha cabelo preto, estatura mediana, forte, e um sorriso parecido com o que eu dou as vezes: com muita felicidade. E estendeu a mão para Vicente que ainda estava meio boquiaberto.
- Eu sabia que você era um vampiro mas não disse nada! - disse sorrindo. - Sabia tambem que assim que a bebida fizesse seu efeito você ia ficar boquiaberto. Eu já tomei essa quimica mas não tomo mais, me faz mal. E vai te fazer um pouco também se você não se alimentar de sulfelix agora.
Entao vicente toma um gole do frasquinho com as presas abertas e consegue voltar a se movimentar melhor.
Eu não, eu estava paradão, viajando da droga. Olhando tudo ao redor com uma beleza singular. Havia pessoas dançando nos cantos. Alguns fumavam e conversavam, outros se beijavam em trio ou quadruplo ou de casal mesmo. Alguns eram mulheres com homens outros eram do mesmo sexo. E o grafite de Morpheus estava falando comigo, coisas que eu não ouvia porque estava acontecendo cena atrás de cena em minha frente. Jack continou a falar e eu prestei atenção nele.
- Eu tambem não mato humanos! Mas que as vezes da vontade... aaah isso dá! - disse Jack
- Mas não vai fazer se nao for preciso né Jack!? - Perguntou Lucky.
- Não Lucky! Não vou! - Disse a contra gosto - Deixe-me continuar! - e continuou - Eles são tão fracos e estupidos que me irritam. O mundo está um caos, porque o povo não conhece seu verdadeiro poder! O poder da mente! O poder da confiança! O poder do amor!!! - Gostei dele, logo de cara. Ainda mais depois de eu entender que nada de ruim iria acontecer e relaxei. - Muitos se odeiam! E vocês sabem porque!? Por causa das coisas que Lucky tem mostrado a vocês!!! - Diz Jack. - Por causa da manipulação! Por causa da desinformação! Ao invéz de amarem ao Criador e ajudarem um ao outro, se tornaram imbecis que querem se ferir! Vê se podê!!! E eu nem acho que é tanto assim culpa do governo! Pois muitos lá tentam não roubar, tentam fazer o melhor para a civilização, mas outros não os deixam, não querem! E o povo acaba sofrendo com gente mais rica que eles!!! Sofrem como animais indo para o matadouro, vivendo a vida inteira sem lerem livros, sem conversar com gurus!!! Isso não é culpa do governo! E sim delas mesmos!!! Que acabam tendo preconceito, medo, e outras futilidades do novo século. ... Antes, a vida era bem mais perigosa! E SEM O GOVERNO!!! Imagem agora, que existem policiais, investigadores, comando vermelho, bombeiros, enfermeiros, professores, entre outras profissões mais validas que nossa sociedade tem!!! Eles que são os patifes!!! - Ele terminou de falar mexendo sua franja na parte esquerda do cabelo, botando-a para cima e rindo, contente de botar tanto para fora. E ele continou - Mas então Lucky, vamos curtir uma festa pequena agora? Acho que esta na hora de deixar eles curtirem a nossa diversão aqui tambem.
- ESTA NA HORA DA FESTA PESSOAL! - Gritou Lucky e trocou de cd. Mais pessoas se aproximaram, pois estavam afastadas se divertindo conversando por fora de onde estavamos (debaixo da ponte). Inclusive o tio que vendia cerveja e bebidas veio mais perto. Pessoas em cima da ponte desligaram os sons de seus carros, e vieram para baixo e começou uma verdadeira festa ali mesmo! Como foi divertido! =D
A musica dizia: “Nós vamos dominar o mundo, você não sabe? Voce não sabe? Vamos conseguir juntos. Tem que ser juntos! Tem que ser juntos!!! Leia livros!!! E você saberá a verdade! Não perca tempo! Leia livros!!! Nós viemos de um super mundo. Um mundo de energia racional e vivemos num mundo de energia animal. Vamos conseguir juntos!!!”
Eu fui dançar pois me contagiei com a “vibe” e junto fui. Consegui me mexer junto com a musica e issso me fez muito bem. Eu vi que Vicente e Jack dançavam uma dança estranha, tanto quanto a minha, hehe. Rodrigo dançava sem tirar os olhos de Ana e essa rodopiava ao redor dele. Eu dancei com Jader e Lucky e mais umas garotas e garotos tambem. Muitos balançavam a cabeça e o cabelo com as musicas mais freneticas que diziam:
“Voce pode fazer tudo. Venha ver!!! Eu não tenho arma, não!!! Estou desarmado em sua face! Seu chatonildo!!!”
“ A música não tem fim! Não tem fim! Une corações e ajuda em orgias!!! Ouça o som!!! Ouça o som!!! E volte a cantar como nunca cantou antes!!!“
“Tenha paciencia meu jovem! Amanha será um dia melhor! Um dia melhor! Cada dia passara, passara! E voce depois de morrer, voltará ao seu Criador!E ele abrirá os seus braços! E te amará para sempre!!! Trazendo paz aos corações daqueles que amaram e tiveram bom karma na vida no planeta La Morados Selados...“
A musica entrava em mim como minha amiga! Sons que eu nunca ouvira antes preenchiam minha alma, e me deixavam contente por dançar cada vez mais! Eu estava aprendendo a dançar cada vez mais que eu ia nesses eventos abertos! Mas tambem: É só se movimentar de acordo com a música e o que voce acha que vai combinar! Dançar como outros se movimentam e cada vez mais da-se a vontade de ensaiar novos passos.
Foi muito divertido essa tarde. O alchool me deixou com corpo solto e sorridente. A maconha me deixava pensativo com tudo o que eu tinha ouvido e visto e o Lsd mexia com meu corpo por todas as ondas do que eu depois fui aprender serem Chakras. Eu estava num casulo aberto que me reformulava. Ideias novas e sentimentos nunca antes sentidos eram fluidicos agora tudo de uma vez só. Padrões chatos e que eu nucna quis estavam indo embora de meu ser, inclusive a vontade de pegar um emprego e uma faculdade. O que é uma pena e não é. Pois isso é muito legal e saudavel, sei agora. Mas se eu ficasse na cidade rica, podre e visivelmente corrupta, eu não teria salvo o planeta!
Os grafites da parede dançavam tambem conosco. Um dos quais eu não descrevi ainda, era de uma esfinge. Uma imagem do deserto, com um ser de duas patas equilibradas no chão, corpo de leão e cabeça de humano.
Ela me dizia coisas sonoras, como um rugido e dizendo que varios já passaram por ela e chegaram até uma maravilha de deserto. Morpheus tambem, com seus braços estendidos estava nos olhando com um convite na mão: A verdade ou a mentira? Foi então que eu vi aquele grafite do lado de Morpheus, e surgiu como um presságio!
O povo que abria as mentes, e jogavam o terceiro olho contra a maquina mortifera, que continha aquela cabeça verde no topo do desenho. O abate começou a se movimentar e vários carros e animais e pessoas com espirito pesado camihavam num caminho de destruição e corrupção, como zumbis das lendas em livros. E os que defendiam, estilo “fazendeiros“, brilhavam como o arco iris que eu vi atravéz de meus olhos junto do LSD. Era o fim do mundo!!! Mas os que sabiam do amor do criador estavam salvos na frente do grafite!!!
- Voces estão convidados para a festa de hoje a noite! - Disse Lucky, - Hoje é na Vamp House! Eu quero vocês la!
- Vamp House - Diz Vicente - Eu já ouvi esse nome antes!!! Não é lá que muitos vampiros vão para se divertir, dançar e tals? - diz Vicente bem feliz, agora que estava tudo em paz e estavamos com corpos dançantes. - Minhas irmãs vão nesse lugar!!! Alguns irmaos também. Mas eu mesmo fui apenas duas ou três vezes. E porque você vai lá se você não gosta de vampiros?
- Eu vou pela festa! Lá vão alguns punks daqui tambem! E eu gosto de estar perto de meu povo do playground punk! E tambem... eu quero acabar com este medo, sonhei com Morpheus e ele me disse para relaxar quanto aos vampiros do bem. Lá não tem nenhum vampiro do inferno, eles são bem seletos com o publico que entra!
Então, após acabar a festa nós saimos de lá, de carro e fomos ate a Vamp House.
Eu não falei para ninguém do Cid, mas percebi que Morpheus, ao me dizer que eu iria sonhar mais vezes com ele na trip (viagem) de LSD, os dois deveriam ser bons amigos. Bons mestre/aprendiz...E me deu muito mais vontade de sonhar com Morpheus, ou ouvir a voz de Cid novamente.
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